sexta-feira, 17 de agosto de 2012

A Paz - Chico xavier

A paz que trago hoje em meu peito é diferente da paz que eu sonhei


 um dia...Quando se é jovem ou imaturo, imagina-se que ter paz é poder 


fazer o que se quer, repousar, ficar em silêncio e jamais enfrentar   uma

contradição ou uma decepção.

Todavia, o tempo vai nos mostrando que a paz é resultado do entendimento de algumas lições importantes que a vida nos oferece. A paz está no dinamismo da vida,no trabalho, na esperança, na confiança, na fé...Ter paz é ter a consciência tranqüila, é ter certeza de que se fez o melhor ou, pelo menos, tentou...Ter paz é assumir responsabilidades e cumpri-las, é ter serenidade nos momentos mais difíceis da vida.Ter paz é ter ouvidos que ouvem, olhos que vêem e boca que diz palavras que constroem.Ter paz é ter um coração que ama...Ter paz é brincar com as crianças, voar com os passarinhos, ouvir o riacho que desliza sobre as pedras e embala os ramos verdes que em suas água se espreguiçam...Ter paz é não querer que os outros se modifiquem para nos agradar, é respeitar as opiniões contrárias, é esquecer as ofensas.Ter paz é aprender com os próprios erros, é dizer não, quando é não que se quer dizer... Ter paz é ter coragem de chorar ou de sorrir quando se tem vontade...É ter forças para voltar atrás, pedir perdão, refazer o caminho, agradecer...ter paz é admitir a própria imperfeição e reconhecer os medos, as fraquezas, as carências...A paz que hoje trago em meu peito é a tranqüilidade de aceitar os outros como são, e a disposição para mudar as próprias imperfeições.É a humildade para reconhecer que não sei tudo e aprender até com os insetos... É a vontade de dividir o pouco que tenho e não me aprisionar ao que não possuo.É melhorar o que está ao meu alcance, aceitar o que não pode ser mudado e ter lucidez para distinguir uma coisa da outra.É admitir que nem sempre tenho razão e, mesmo que tenha, não brigar por ela.
A paz que hoje trago em meu peito é a confiança naquele que criou e governa o mundo...
A certeza da vida futura e a convicção de que receberei, das leis soberanas da vida, o que a elas tiver oferecido.Pense nisso!Às vezes, para manter a paz que hoje mora em teu peito, é preciso usar um poderoso aliado chamado silêncio.Lembra-te de usar o silêncio quando ouvir palavras infelizes.Quando alguém está irritado.Quando a maledicência te procura.Quando a ofensa te golpeia. Quando alguém se encoleriza.Quando a crítica te fere. Quando escutas uma calúnia.Quando a ignorância te acusa. Quando o orgulho te humilha.Quando a vaidade te provoca.O silêncio é a gentileza do perdão que se cala e espera o tempo, por isso é uma poderosa ferramenta para construir e manter a paz.

Chico Xavier - Emmanuel

quarta-feira, 14 de março de 2012

Texto imensamente lindo.

                 QUANDO A VIDA SORRI



Nem tudo é preto e nem tudo é branco na vida. Se muitas vezes temos a impressão que o mundo e todas as misérias dele recaem sobre nós é por que não olhamos com mais objetividade para nosso interior ou os passos que deixamos para trás.É próprio do ser humano, ou da maior parte dele, de revisitar a vida mais facilmente nos momentos dolorosos. Vamos, passo a passo, revendo isso mais aquilo, sempre somando as tristezas. Parece que queremos nos convencer da nossa razão de tristeza existencial, provar a nós e aos outros o quanto somos privados da felicidade que cremos (mas só cremos!) destinada a alguns privilegiados. Há cada ano quatro estações distintas que nos mostram que a vida está sempre em movimento. Há cada dia variações de temperatura e de luminosidade que provam que a vida não é estática. E é assim conosco.Depois das primeiras horas, primeiros dias e primeiros anos muito e muito aconteceu. Por que então privilegiar os momentos onde a vida pareceu mais árdua, por que medir os rios de lágrimas que choramos e não os quilômetros de sorriso que demos? Mesmo se poucos (e o que é pouco na contagem de uma vida?), esses momentos existiram. Com certeza, existiram.A vida sorri aqui e acolá. Sorri quando nasce uma criança, quando brota uma flor, quando as férias chegam, quando revemos alguém depois de longo tempo, quando nosso coração descobre a alegria de enxergar outro coração e assim por diante. Não fugindo da realidade que nos cerca e que devemos enfrentar, é bom relembrar o que de bom e bonito nos aconteceu. Visitar mais vezes nos recantos da mémória o bem que nos fizeram, o dia mais marcante, os momentos que compartilhamos e as gargalhadas que demos.Devemos acreditar que no muro que está diante de nós pelo menos uma janela vai se abrir, assim como se abriram as portas pelas quais atravessamos e que nos conduziram até o hoje. Quando a vida nos sorri devemos tirar um retrato dela e colocar num grande quadro, bem visível no lugar que mais ficamos na nossa casa. E olhar pra ele mais vezes, mais intensa e mais profundamente. Um momento de felicidade pode ser muito maior e compensar centenas de outros menos alegres. Se acreditamos nisso vivemos muito mais e muito mais serenamente.
©
 Letícia Thompson